24.9.06

Saudade.

Chegou sem barulho, aos poucos, sem ser convidada. Com passos leves, feitos de algodão, invadiu a sala, ligou a televisão e fez da poltrona a sua morada. O dia se fez noite, a noite se fez madrugada e ela permaneceu.

As semanas levaram embora o estranhamento, o tempo transformou tudo em presença. A visita passou a ser hóspede e depois se descobriu moradora. Já abre o meu guarda-roupa e a geladeira, está no que visto, no que escuto e no que como.

Ao me olhar no espelho, percebi assustada, que não sei se é ela ou se sou eu o que me encara com olhos mortos de fotografia.

4 comments:

Thiago Eury said...

(L)

Anonymous said...

linda que só ela, quando cruza meus olhos é impossivel não seguir os dela. LINDA LINDA!!

Anonymous said...

Lindo o que você escreveu, mas parece que é bem dolorida essa saudade, como se ela estivesse acontecendo por que você quer.

madá said...

''eu ando vivendo, largando tudo e chorando de novo.
eu continuo ouvindo as mesmas canções
mesmo não sendo as que ele fez pra mim.''