1.8.06

Da arte dos encontros.

Sempre me senti dona das madrugadas. Do silêncio, da calmaria, do vento frio, das estrelas, da escuridão, da sombra dos postes, do barulho dos poucos carros, das ruas vazias de gente. A falta de sono me deixa construir meu próprio tempo, fugir da correria do dia, respirar fundo, me visitar e afundar na minha melancolia.

Mas descubro que, assim como sou rainha da minha madrugada, existem reis e acabo vendo meu reino sendo dividido. Aos poucos, sutilmente, sem querer. As solidões se encontram e a madrugada acaba passando do silêncio ao samba, da calmaria às risadas, o vento frio vira brisa, os barulhos dos carros passam despercebidos. Sobram as estrelas, as sombras, as ruas vazias e a escuridão.

E é assim que a madrugada passa em ritmo de samba.

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