Em uma caixa grande, joguei os teus pedaços: porta-retratos, cartas antigas, ímãs de geladeira, souveniers. Fechei tudo com fita adesiva e tentei esquecer em um canto. Mas você persistiu, fez questão de se misturar em mim, nas minhas coisas, músicas, sonhos. Abri a caixa e me fechei, afundando numa cadeira, exausta.
O passar dos dias foi mais lento do que o normal, acelerou aos poucos e, enfim, correu. Numa noite fria, me dei conta da sua ausência em mim. Procurei, me estranhei e só então entendi. A verdade, meu bem, é que tenho medo de lhe deixar ir. De não ter mais os seus sinais e o meu sofrimento. Num ato de desespero abri a caixa nunca fechada. Procurei a dor da sua presença, das nossas memórias, do meu passado. Não achei, me peguei sorrindo. Me vi só.
Andei pela casa, solitária. Lembrei das brigas e joguei toalhas no chão, tirei o queijo de copo da geladeira, recoloquei tudo no lugar, forjei você como pude. Não adiantou.
8 comments:
mto bom bel, de verdade!
:***
adorei :~
o post "pra frente" tá foda demais. e foi bom em porto?
tanto que fica.. realmente. muito fica. e se torna parte da gente mesmo quando não se quer. é..
o tempo se recusa a passar, né?
;****
Eu disse que ia ler n foi? Só me arrependo porque eu demorei tanto. beijos :**
Procurei a dor da sua presença, das nossas memórias, do meu passado. Não achei, me peguei sorrindo. Me vi só.
(LL)
adoreeeeeeeeeeei!
=*
oii faço peças em MDF quando puder da uma olhadinha la
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abração Renato
http://www.lucrearte.com/
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